O
pesadelo de Charlie
Por
Gustavo Busch Viana
Havia
um menino, sua idade era em torno de 10 anos, meio alto, peso adequado para sua
altura. Rápido em tomar decisões, mas nem sempre eram precisas. Suas notas eram
azuis, em geral Charlie era um bom aluno, porém distraído. De vez em quando,
quando o professor explicava a matéria se perdia por causa que conversava,
focava em besteiras, andava pelo grande labirinto de sua fértil imaginação.
Várias dessas vezes quando o professor fazia alguma pergunta, qualquer que
fosse, da mais fácil a mais difícil, ele, como diz o ditado popular "acordava
para a vida”, respondia simplesmente desculpe, professor, acabei perdendo a
concentração.
Quando
chegava a época de provas nem se fale, em cada uma Charlie sempre questionava o
professor:
-
Tem certeza de que o senhor passou isto?
E
a resposta era sempre a mesma:
-
Sim, absoluta. Só que você se distrai com qualquer coisa nas aulas e acaba não prestando atenção.
Como
nosso amigo não focou praticamente em nenhuma explicação, já esperava uma nota
baixa, e o que mais o desapontava era saber que a reunião estava chegando.
Uma
noite, antes do dia da reunião, Charlie escovou seus dentes e foi dormir,logo se viu no meio da sala de aula. Seus pais lá estariam vendo seu boletim
com notas horrendas. Os pais viraram suas faces sem mexer o corpo para Charlie,
com seus olhos saltados para fora. A paisagem começou a se estilhaçar como
vidro revelando um grande fundo negro, com vários rostos desfigurados e
gargalhadas maléficas. Charlie saltou de sua cama desesperado, seria 03:15. Assim
não conseguiu dormir novamente.
Chegou
o dia da reunião, Charlie estava completamente apavorado em relação ao sonho.
Os pais do garoto já chegaram na escola e subiram para ver o boletim de
Charlie, quando foi a vez dele, seu coração praticamente parou. Suas notas eram
de 3 a 5 e os pais somente o repreenderam por suas notas, pediram para
melhorá-las e para prestar mais atenção nas aulas.
Assim foi feito, nunca mais Charlie tirou notas ruins e desde então nunca mais
se distraiu por bobagem.
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