terça-feira, 12 de junho de 2018

1958: uma mudança para ficar na memória

Por Julia Adeilda

http://aapah.org.br/2018/02/08/professor-plinio-paulo-braga/
A instigante história da E. E. Professor Plínio Paulo Braga começa em 1958 quando Sólon Borges dos Reis resolve prestar uma homenagem ao já falecido Plínio Paulo Braga. É importante ressaltar que o professor Plínio, ao contrário do que muitos pensam, nunca foi professor desta escola. O atual patrono teve sua trajetória em diversas escolas fora do município de Guarulhos, não interferindo na imagem que ele representa enquanto professor.
   Nascido no final do século XIX no município de Guaratinguetá, São Paulo, região do Vale do Paraíba, sede de microrregião, uma das subsedes da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte e um dos polos sub-regionais do Brasil litorânea de São Paulo. Filho de Zulmira Braga e Ignácio Braga. Conforme a historiadora e também ex-professora da escola, Marcelle Marques de Andrade, traça biografia do mestre Plínio relatando que ele se formou como professor na Escola Complementar de Guaratinguetá em 1906, iniciando sua carreira no magistério no ano subsequente em Ilhabela seguindo suas atividades como professor no litoral. Em 1915 foi convidado para ser o diretor da primeira escola estadual em Santa Cruz do Rio Pardo. Cinco anos após sua experiência profissional como diretor do Grupo Escolar de Santa Cruz do Rio Pardo foi nomeado o delegado de ensino em Catanduva e anos mais

tarde exerce o cargo de Delegado de Ensino na capital paulista. Marcelle Andrade, destaca que além de muito dedicado a profissão Plínio era muito religioso, realizava trabalhos assistenciais ao lado de sua esposa dona Primitiva de Oliveira Braga, professora assim como ele. Plínio era um homem atuante naquele período histórico para a sociedade e com currículo profissional extenso. Deixa seu legado em 1958 quando vem a falecer.
  A misteriosa memória do professor Plínio não se acaba no fato dele nunca ter feito parte diretamente do processo histórico da escola. O material de sua biografia no acervo virtual é insuficiente, ou seja, apesar de Sólon Borges dos Reis o ter escolhido como homenageado não há informações concretas sobre sua trajetória de vida e profissional de forma diversificada, exemplo disso é a indeterminação da data de seu nascimento.
  Segundo a análise de Thabatha Aline Trevisan em “Um estudo sobre os textos biográficos da “Galeria dos patronos de escolas” por Antônio D’Ávila (1980-1989)”, aborda os critérios usados para selecionar os patronos das escolas públicas . O parâmetro empregado em geral era de que o professor tinha de ser um modelo ideal a ser seguido, como se pode perceber nas palavras ditas pelo Antônio D’Ávila. “(...) para oferecer a juventude de hoje um modelo ímpar de dedicação absoluta ao estudo, de quem busca na exação de seus trabalhos escolares os fundamentos de vida dedicado à ciência e ao bem-estar do homem”. Thabatha Trevisan completa essas afirmações de D’Ávila com a crítica de que os biografados tinham a função de promover aos docentes “exemplos e estímulos a sua prática cotidiana escolar e como modelo a ser imitado pelos professores que, seguindo-os, esquecem-se da situação real de seu fazeres pedagógicos e de sua baixa remuneração, trabalhando em função de uma “missão divina “, de uma recompensa que “cairá do céu” e de uma forma possível de reconhecimento.
  D’Ávila também contava com o Editor-Chefe do jornal, Sólon Borges dos Reis que era o responsável por escolher e encaminhar ao gabinete por ofícios as relações de professores considerados adequados ou exemplares para serem homenageados como patronos seguindo critérios como tempo de serviço prestado ao serviço público, os atributos morais, cívicos, religiosos e até mesmo aqueles que atingiram altos postos na administração pública. Sólon naquela época era presidente do Centro do Professorado Paulista o que facilitava a nomeação dos patronos. Quando Plínio veio a falecer em 1958 Sólon lhe prestou uma homenagem colocando seu nome no antigo Grupo Escolar do Taboão, que passa a ser chamado E. E. Professor Plínio Paulo Braga.

  Coincidentemente nesse mesmo ano ficou conhecido como o “ano em que tudo deu certo” pelo jornalista Joaquim Ferreira, pois para ele, o país, anterior a essa data, passava pela angústia da transformação do Brasil rural para o país da modernidade. 1958 trouxe para o brasileiro episódios marcantes como o Brasil ser campeão da Copa pela primeira vez, João Gilberto lançou Chega de Saudades, o disco fundador da bossa nova. Nelson Pereira dos Santos inaugurou o  Cinema Novo com seu primeiro filme Rio Zona Norte. O Brasil começava a fase da industrialização, deixando a era rural para trás na esperança do progresso.
  Levando em consideração os aspectos observados sobre o professor Plínio Paulo Braga, compreende-se os motivos dele ter sido homenageado patrono da escola e que apesar deste grande mestre não ter participado diretamente da rotina da escola, ele nos deixou um grande legado: seu nome, e com ele sua importância. Sendo essencial que os alunos conheçam sua trajetória, não só para resgatar sua memória, mas também a fim de que as gerações futuras possam reconhecer na sua imagem a identidade da escola.
    Recortes de jornal disponibilizados pelo acervo da Biblioteca Nacional Digital, enviados pela professora Marcelle Marques de Andrade ao Jornal Ágora referentes ao patrono Plínio Paulo Braga:  













Biblioteca Nacional Digital
Hemeroteca Digital

Biografia do patrono. Link recomendado para aprofundamento:
http://aapah.org.br/2018/02/08/professor-plinio-paulo-braga/

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